Atlas: para 44%, Brasil deveria se alinhar mais ao BRICS; para 37%, aos EUA | CNN Brasil

Atlas: para 44%, Brasil deveria se alinhar mais ao BRICS; para 37%, aos EUA | CNN Brasil

Uma pesquisa da AtlasIntel realizada com Bloomberg indicou que mais de 40% dos brasileiros acreditam que o Brasil deveria se alinhar mais com o BRICS contra cerca de 37% que defendem um alinhamento mais aproximado com os Estados Unidos.

O levantamento revela como a população brasileira enxerga as tensões comerciais globais e as possíveis alianças estratégicas do país no cenário internacional.

A pesquisa mostra que, apesar das tradicionais alianças ocidentais do Brasil, uma parcela expressiva da população vê no BRICS uma alternativa estratégica mais alinhada aos interesses nacionais.

Segundo o estudo, 44,2% dos brasileiros acreditam que o país deveria se alinhar mais com o BRICS, enquanto 36,9% defendem um alinhamento mais próximo com os Estados Unidos.

Outras opções como a União Europeia, com 3%, a China individualmente, com 4%, e a Rússia, com 0%, aparecem bem atrás nas preferências.

Cerca de 11,9% dos entrevistados acreditam que o Brasil deveria evitar qualquer tipo de alinhamento automático com outros países ou blocos.

Atualmente os Estados Unidos são liderados pelo republicano Donald Trump. Enquanto o BRICS é um bloco composto por onze países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Outros recordes da pesquisa

A análise dos dados por idade, escolaridade, renda, religião e região mostra variações significativas.

Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, 37,4% defendem o alinhamento com o BRICS, enquanto 53,2% preferem os Estados Unidos.

No entanto, esse cenário se inverte entre os adultos mais velhos, de 45 a 59 anos, onde 60,3% apoiam o BRICS e apenas 22,6% preferem os EUA.

Em relação à renda, o apoio ao BRICS aumenta proporcionalmente. Entre os que ganham mais de R$ 10.000, o apoio ao bloco sobe para 60,7%, enquanto apenas 24,2% preferem os EUA.

Já entre os brasileiros com a renda familiar entre R$ 2.000 e R$ 3.000, o apoio se inverte: 55,4% preferem um alinhamento com os EUA contra 35,2% com o BRICS.

No recorte por escolaridade, o apoio ao BRICS se destaca entre os brasileiros que concluíram o ensino superior. Enquanto 47,9% preferem o bloco, apenas 26% defendem o alinhamento do Brasil com os EUA, entre os mais escolarizados.

As diferenças regionais também são expressivas:

  • No Nordeste, 57,7% preferem o alinhamento com o BRICS e apenas 26,6% com os EUA.
  • No Norte, o padrão se repete, com 50,3% a favor do BRICS e 30,4% pelos EUA.
  • Já no Sudeste, há um equilíbrio, com 39,3% preferindo o BRICS e 39,5% os EUA.
  • No Sul, o cenário se inverte, com os EUA à frente com 50,4%, enquanto o BRICS ficam com 29,1%.
  • E Centro-Oeste, o padrão se repete, com 37,9% a favor do BRICS e 50,3% pelos EUA.

No recorte político, os eleitores do presidente Lula são amplamente favoráveis ao BRICS, com 78,5% apoiando o alinhamento, enquanto apenas 2,3% preferem os EUA.

Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro, o cenário se inverte: 80,7% defendem alinhamento com os EUA e apenas 0,8% com o BRICS.

Entre os que votaram em branco ou nulo, 34,3% preferem o BRICS, 24% os EUA e 24,6% defendem neutralidade. Entre os que não votaram, o apoio ao BRICS chega a 46% contra 51,7% aos EUA.

Por fim, no aspecto religioso, católicos e evangélicos apresentam padrões distintos.

Entre os católicos, 45,7% preferem o BRICS e 33,1% os EUA. Entre evangélicos, o cenário é o oposto: 50,8% preferem os EUA, enquanto 28,1% optam pelo BRICS.

Destaque para os agnósticos e ateus, entre os quais 77,6% defendem que o Brasil deve se alinhar mais proximamente com o bloco e apenas 14% com os EUA.

Metodologia

A pesquisa foi realizada pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg entre os dias 19 e 23 de maio de 2025.

Foram entrevistados 4.399 brasileiros adultos, recrutados de forma orgânica durante a navegação rotineira em dispositivos geolocalizados, como smartphones, tablets, laptops ou PCs.

A metodologia utilizada foi o recrutamento digital aleatório (Atlas RDR), com margem de erro de ±1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.

Fonte: CNN Brasil https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/atlas-para-44-brasil-deveria-se-alinhar-mais-ao-brics-para-37-aos-eua/

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