Agro avança 12,2% no 1º trimestre de 2025 e puxa crescimento do PIB | CNN Brasil

A agropecuária cresceu 12,2% no primeiro trimestre de 2025, em relação ao último trimestre do ano passado, se consolidando como o destaque do resultado do Produto Interno Bruto (PIB). No período, a economia brasileira registrou avanço de 1,4%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30), pelo IBGE.

O resultado da agropecuária pode ser explicado pelas condições climáticas favoráveis e pela baixa base de comparação do ano passado. No último trimestre de 2024, o setor registrou uma queda de 4,4%.

Além disso, colheitas importantes puxam o desempenho do segmento. Para este ano, por exemplo, é esperada safra recorde de soja, o produto agrícola mais importante do Brasil.

Historicamente, a soja costuma puxar o resultado do 1º trimestre, já que a colheita do grão ocorre entre os meses de janeiro e maio.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos no País na safra 2024/25 tende a registrar um aumento de 35,4 milhões de toneladas sobre o ciclo anterior, e deve chegar a 332,9 milhões de toneladas. O volume, se confirmado, configura um novo recorde para a série histórica.

Felippe Serigati, pesquisador do FGV Agro, reforça a robustez de volume da agropecuária. O especialista destaca os resultados da soja, do milho e do feijão, item que, na avaliação dele, teve pouco destaque pelo IBGE.

“O crescimento robusto do agro que já era esperado, de longe o destaque foi a soja. Mas também tivemos o milho, o arroz, o fumo e o feijão. O feijão de primeira safra teve um crescimento de 12,8%, muito robusto”, explicou.

O pesquisador chama a atenção para o futuro. Segundo Serigati, o segundo trimestre deve apresentar uma expansão do agro ainda maior, com a colheita da safra de milho, que deve ser recorde. Algumas consultorias projetam 113 milhões de toneladas. Para se ter uma ideia, a safra toda da Argentina alcança 50 milhões de toneladas.

Sobre o resultado geral do PIB, o especialista avalia que a “fotografia” da economia foi boa, mas ao analisar o “filme”, o atividade está excessivamente aquecida. Apesar da alta taxa de juros, o consumo das famílias segue alto, o que pressiona a inflação e dificulta a execução da meta.